7 de Março de 2007
Pavilhão do Vitória Sport Clube
1/8 de final da LIII Taça de Portugal
Vitória/M Couto Alves 75 -- Cab Madeira 81
Com muita garra e vontade de vencer... mas só isso não chegou !
Era com alguma expectativa que se aguardava este embate entre duas equipas de escalões distintos, logo com argumentos também eles diferenciados. O Vitória/M Couto Alves entrou em campo ciente das dificuldades e os seus jogadores mostraram no início que encaravam o adversário com algum receio. Verdade seja dita que do lado oposto também se mostrou algum respeito pelo adversário, mas ao mesmo tempo se pensava que este desafio seriam "favas contadas". Iniciando a partida com muita pressão sobre os atletas vitorianos, o Cab Madeira julgava que iria rapidamente disparar no marcador e depois fazer uma gestão da sua marcha. Essa pressão foi conseguida e os números iniciais revelaram um Vitória/M Couto Alves com dificuldades na circulação da bola e na finalização. Chegava o marcador aos 1-10 para os visitantes, quando do lado vitoriano as coisas começavam a acalmar e os frutos a aparecer. Motivados, foram recuperando o seu jogo e atingiam o final do 1º período com 16-24, mas com o sentimento que poderiam dar muita luta a esta equipa da Liga Uzo.
Conscientes disso mesmo, entraram no 2º parcial sem mais receios e disputaram o jogo com muita garra, mais jogo interior e melhor circulação de bola. Resultado desse esforço foi o marcador deste parcial, 16-17, que aliás só assim ficou porque a dupla de arbitragem cometeu alguns erros, nomeadamente no último cesto do Cab Madeira, pois Ije Nwankwo após ganhar um ressalto defensivo foi "abalroado" por dois jogadores visitantes não tendo sido assinalada nenhuma falta, tendo depois aproveitado um deles para converter um cesto fácil. Ao intervalo 32-41, mas pairava no ar a confiança e motivação que emanava da equipa vimaranense.
Chegava o parcial que tudo iria decidir e o treinador adversário não via maneira de consolidar um resultado positivo. Se pensou num jogo fácil, via-se que estava enganado e era forçado a apostar no seu cinco mais forte para tentar resolver este desafio. Mas do lado vitoriano a motivação estava em alta, continuando no ritmo defensivo que traziam do final do período anterior e conseguiram até ampliar o marcador para uns 59-55 que deixavam no ar o perfume de uma surpresa nesta edição da "chamada" Taça de Portugal. Só que as armas ao dispor de cada equipa eram muito desiguais e os minutos que faltavam eram ainda muitos. Essa desigualdade esteve patente neste parcial, tendo os centímetros a mais e o arcabouço físico de alguns "armários" da equipa da Madeira feito mossa nas operações. Foi um pulo no resultado, 61-72, que abalou um pouco o Vitória/M Couto Alves. Demoraram uns minutos a recuperar a serenidade os vimaranenses, para de novo equilibrar, tendo até tido a possibilidade de encurtar distância no marcador, 72-77. Falharam nesta ocasião no ataque, por duas vezes, já que na defesa estavam a fazer um jogo de muita aplicação e bons resultados. Perdia-se assim a possibilidade de reduzir mais ainda a diferença e colocar os nervos, já muito abalados, da equipa adversária ao rubro. Já não havia tempo para mais, as faltas pessoais já pesavam, e o Cab Madeira foi ampliando o marcador desde a linha de lance livre, local de onde estiveram muito eficazes, 22 em 28, durante todo o jogo. Terminava assim o sonho do Vitória/M Couto Alves poder participar numa Final-8 da Taça de Portugal, mas com estas regras seria algo muito difícil de conseguir por qualquer equipa da ProLiga. Os árbitros, na dúvida, foram sempre mais protectores da equipa da Liga, por vezes excessivamente permissivos com o uso do "físico" por parte dos jogadores profissionais.
Destaque para o espírito guerreiro de todos os atletas do Vitória/M Couto Alves, não sendo demais louvar a dignidade com que representaram o emblema das suas camisolas. Ije Nwankwo foi o MVP deste jogo que revelou o quanto esta equipa é capaz de fazer quando motivada. Espera-se que o esforço não seja penalizador para o jogo desta sexta-feira, quando, pelas 21h30, receber o Vila Pouca de Aguiar no seu pavilhão, em jogo a contar para o "seu" campeonato, a ProLiga.
Uma última referência para o público presente em número aceitável, que foi sempre um elemento de motivação para a equipa, com o seu apoio e inventivo. Até porque foi uma partida animada e emotiva. Esperemos que assim continue..
Etiquetas: basquetebol
Publicado por Bruno José Ferreira @ 3/08/2007 02:51:00 da tarde,