Assistência: Dados indisponíveis.

Onze Vitoriano: Nilson, Rissut, Danilo, Franco, Sereno, Moreno (capitão), Octacilio, Desmarets, Tchomogo, Ghilas e Brasília.

Substituições: Otacílio/Pelé ; Moreno/Geromel

Crónica: Pragmatismo quanto baste.

“Matreiro, cínico, e pragmático”. Foi assim que o Vitória alinhou nos Açores perante o Santa Clara. As dificuldades eram esperadas por todas as condicionantes com que se deparam as equipas que se deslocam às ilhas. Do outro lado estava um Santa Clara também candidato á subida. Mas o Vitória bem á imagem do seu treinador, Manuel Cajuda foi conquistar os três pontos de um modo que demonstrou perfeitamente a metodologia necessária para “arrancar” pontos na Liga Vitalis.

O jogo começou com o Santa Clara com o pé no acelerador, impulsionado pelo factor casa. A pressão inicial foi bastante acentuada não permitindo ao Vitória esboçar qualquer reacção. No entanto não havia efeitos práticos para os Insulares que eram pouco lucidos na hora de desfeitear Nilson. Só de bola parada foram capazes de assustar, (e que susto!) Nilson através de um pontapé de canto, mas o guardião vitoriano opôs-se bem a um remate de cabeça fazendo a bola beijar o poste. Azar para os caseiros, uma pontinha de sorte para os da cidade-berço. A partir daqui, passada a poeira inicial dos insulares, o Vitória ficou mais atrevido e passou para o controlo da partida, jogando com mais frequência no terreno do Santa Clara. Sem grandes jogadas de perigo o Vitória era dono e senhor do jogo, ia controlando as emoções do encontro aproveitando a perda de fulgor dos caseiros. Notou-se perfeitamente o dedo de Manuel Cajuda, na medida em que os Vitorianos souberam sofrer para depois explanar o seu ataque. Até que por volta da meia hora, o Vitória chega ao golo. Num canto de mangas arregaçadas Brasília fez o esférico passar por toda a gente só parando no fundo das redes de Botelho. Estava feito o primeiro. Até ao intervalo o Santa Clara ainda tentou esboçar uma reacção mas foi impotente perante a concentradíssima defesa do Vitória

Para a segunda parte deu-se um claro assalto do Santa Clara á baliza Vitoriana. Os Açoreanos estavam a jogar em casa, estavam em desvantagem no marcador e perante um adversário directo, tinham obrigatoriamente que partir em busca de um resultado mais sorridente. Ao Vitória cabia saber sofrer com paciência e concentração e tentar ampliar a vantagem em contra-ataque.

Foi sofrer a bem sofre na segunda parte para o Vitória. A bola teimava em não querer arredar pé de junto da área Vitoriana. A linha mais recuada não teve mãos a medir perante as constantes solicitações dos adversários. Danilo e Franco foram inúmeras vezes forçados a jogar feio, mas prático para afastar a bola das zonas de perigo. O cronómetro ia-se adiantando com uma lentidão angustiante, mas a equipa da Cidade Berço ia aguentando as suas redes invioláveis, graças também á exibição seguríssima de Nilson.

Foi então mostrada a placa de compensação, 1 minuto, e todos já respirávamos de alívio, mas com alguma desconfiança dado ter sido atribuído tão pouco tempo, em comparação com todas as paragens que pautaram o encontro. Foi apenas um equívoco do quarto árbitro deste encontro, pois ainda teríamos de aguentar mais 7 minutos de puro nervosismo. O Vitória era nesta fase impotente para reagir, podendo apenas defender sofridamente. Carlos Xistra encheu os pulmões de ar e fez suar o apito.

Voltaram a encher-se os pulmões dos Vitorianos com toda a força. Era o alívio final e mais três preciosos pontos… E vão 5 vitórias consecutivas!

Quem é o próximo? Le..?!? Lei.. quê?Leixões?? Venham eles!

Momento do jogo: 31 minutos. Brasília a meias com Ghilas. Livre do lado direito do ataque Vitoriano, no bico da área com Brasília a ser chamado a cobrar o livre que saiu a meia altura em direcção á baliza. Passou por toda a gente e Ghilas tocou ao de leve, (não tocou?) consumando o destino dos Açoreanos O que realmente é que a bola entrou e valeu três pontos. A SportTV deu o golo a Brasília, as rádios locais a Ghilas. Foi a meias.

Figura do jogo: Nilson, mãos de ferro. Com uma prestação seguríssima ao longo de todo o encontro, soube impor sua voz no eixo defensivo, corrigindo permanentemente as posições da defesa branca. Foi peça-chave, assim como, claro, Brasília. O autor do golo tem sido um pilar nesta segunda volta do campeonato.

Positivo:
+__ Quinta vitória consecutiva do Vitória que para além de ganhar no estádio S.Miguel ganhou também em Santa Maria da Feira
+__ Defesa Vitoriana. Já vão seis jogos sem sofrer golos, 540 minutos mantendo as redes invioláveis.
+__ Boa falange de apoio ao Vitória. Apesar da distância e dos elevados custos inerentes à deslocação o Vitória jamais caminha só.

Negativo:
-__ O estádio esteve ás moscas. A falta de público já por muitas vezes foi debatida mas é desolador ver tantas cadeiras vazias. Ainda para mais quado se fala na melhor assistência da época para a equipa Açoreana.

-__ Contra-ataques Vitorianos. O Vitória pouco ou nada podia mudar face ás circunstâncias do jogo na segunda parte, contudo, pedia-se mais acutilância no sector ofensivo, principalmente nas jogadas de contra-ataque. Algum dos lances deu uma jogada de perigo na segunda parte?

O objctivo principal foi conseguido, e neste momento só temos de estar felizes pela evolução da equipa. No entanto é crucial que não nos deixemos entrar em euforias antes do tempo, pois como já se percebeu, a faceta psicológica dos nossos profissionais não é a sua melhor qualidade. O próximo jogo será em casa, com o Leixões e espera-se um ambiente algo pesado devido a todas as histórias e respectivos desenvolvimentos dos últimos tempos, mas acredito que impere acima de tudo o civismo, pois as barbaridades que aconteceram na cidade de Matosinhos não dignificam em nada tanto clubes, como futebol em geral.

Nova enchente no D. Afonso Henriques!!!

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