Domingo, 8 de Abril de 2007, 16:00 horas.
Assistência: Dados indisponíveis.
Onze Vitoriano: Nilson, Rissut, Franco, Danilo, Sereno, Flávio Meireles, Otacilio, Desmarets, Tchomogo, Brasília e Henrique.
Substituições: Henrique/ Ghilas e Otacílio/ Bacari.
Crónica: Terreno perdido!
O Vitória perdeu ontem terreno para os lugares de subida ao empatar sem golos no “estádio” Marcolino de Castro em Santa Maria. Complicou-se a tarefa para os homens de Manuel Cajuda. A promoção não é missão impossível, mas bastante dificil pois a recuperação é agora de cinco pontos em 18 possíveis.
Falando do jogo mais propriamente, pode dizer-se que o Vitória entrou muito tímido na partida. Sem ideias e como que amordaçado. As características muito particulares do terreno de jogo também contribuíram para a "paralisia" Vitoriana; as dimensões reduzidas do recinto assim como as bancadas em “cima” da relva amedrontaram os Vitorianos, que como todos percebemos, não fazem do "psicológico" uma qualidade a relevar. Contudo a julgar pelos homens da casa não foi só isso que contribuiu para para a má prestação Vitoriana. Os Feirenses estão habituados a este campo e a sua exibição não foi melhor. Ora se os Vitorianos não estiveram bem e os de Santa Maria da Feira nã estiveram melhor isto equivale a dizer que foi mais um jogo paupérrimo da liga Vitalis. Aqueles que foram “assaltados” para presenciar o jogo certamente mereciam muito, mas muito mais.
O Feirense esteve melhor no primeiro tempo; mais pressionante. Contudo a primeira oportunidade até foi para o Vitória num livre à entrada da área por Brasília. Mas os caseiros não se amedrontaram pela entrada do Vitória e rapidamente se sobrepuseram aos Vitorianos. Os lances a meio-campo eram quase sempre ganhos pelos Feirenses (onde pára um número 10 decente para o Vitória?), e com mais regularidade esgueiravam-se rumo à baliza de Nilson. Em pontapés de canto o Feirense ia goleando o Vitória que não conseguia arranjar forças para se libertar. Em suma, no primeiro tempo o Feirense esteve melhor, mas as oportunidades mais claras de golo pertenceram ao Vitória por Brasília e Flávio Meireles.
No segundo tempo, o jogo partiu-se completamente; bola lá, bola cá. Nesta fase do encontro o meio campo de ambas as equipas encontrava-se sem qualquer ligação. Os médios mais defensivos ajudavam os centrais enquanto que os ofensivos não tinham imaginação para supreender o Feirense; saíam sempre jogadas denunciadas. Manuel Cajuda lançou dois homens de ataque; claramente queria vencer a partida, mas tal decisão não teve qualquer efeito pois as investidas atacantes eram sempre demasiado básicas. Destaque nesta segunda parte para duas grandes penalidades que ficaram por assinalar. Primeiro Henrique foi atropelado na área Feirense mas Jorge Sousa nada assinalou. Foi por demais evidente a falta merecedora de castigo máximo. Já nos últimos instantes do encontro, nos minutos de compensação foi a vez do Vitoriano Sereno imobilizar o jogador da casa agarrando-o de uma forma escandalosa. Penalti também claro. o encontro chegava ao fim com um ponto para cada lado.
Haveria intenção de alguém que nenhum dos intervenientes saísse vencedor?
Num mau jogo de futebol, onde a bola deve ter chorado lágrimas de sangue de tão mau tratamente que teve por parte dos jogadores, o resultado castiga ambas as equipas. O Feirense se ainda tinha ambição de subida praticamente a perdeu. Para o lado da Cidade-Berço a missão complicou-se e de que maneira.
Momento do jogo: O jogo encaminhava-se já para o final. Ambas as equipas procuravam um golo que certamente valeria os três pontos. Brasília apareceu bem na esquerda, contornou a sua marcação e tirou o cruzamento. Na área, Bacari cabeceou muito bem, num bom gesto técnico, com muita força. Paiva, antigo guardião Vitoriano fez a defesa da tarde.
Figura do jogo: Brasília. No meio de um jogo tão fraco o regressado Brasília foi dos melhores em campo. O brasileiro esteve bastante activo no jogo e foi o motor da manobra ofensiva Vitoriana. Para além disso teve sempre muito criou perigo nas bolas paradas. Saíu dos seus pés o cruzamento para aquele que viria a ser o melhor momento do jogo.
Positivo:
+__ Atitude de Emílio Macedo da Silva e da sua equipa. O presidente Vitoriano presenciou a este encontro na bancada e em forma de mostrar o seu descontentamento, não aceitaram os lugares a que tinham direito no estádio. Para além disso ofereçeram ainda alguns dos convites a que tinham direito à claque Vitoriana White Angels. Parabéns senhor presidente.
+__ Defesa Vitoriana. É obra; já lá vão oito, as jornadas que o Vitória soma sem sofrer golos. Uma marca notável.
+__ Apesar do assalto foi ainda significativa a falange de apoio Vitoriana que marcou presença no Marcolino de Castro. Paixão sem preço!!
Negativo:
-__ Vitória perdeu terreno para o segundo lugar. Complicaram-se as contas da subida.
-__ Inevitável não falar disto. Assalto feito pela direcção do Feirense aos adeptos Vitorianos. Estes dirigentes vão acabar com o futebol aos poucos. Que moral têm para se queixar de falta de público?
-__ Árbitro deste encontro. Globalmente esteve bem e sem prejuizo para qualquer um dos lados. No entanto não se pode considerar positiva a actuação de um juiz que deixa passar em claro duas grandes penalidades, uma em cada área. Esteve ao nível do encontro.
-__ Más condições do estádio Marcolino de Castro. Não se pode exigir muito mais aos praticantes quando as infra-estruturas que se lhs apresentam são desta natureza. Primeiro os jornalistas da Rádio Santiago viram-se quase obrigados a tirar um curso específico para conseguir chegar a um entendimento com a malta de Santa Maria da Feira quanto ás credenciais de acesso ao recinto. A rádio Fundação só com muito esforço teve lugares na tribuna de imprensa e numa primeira instância foi-lhes mesmo barrada a entrada.
Adeptos: Apesar do autêntico roubo que aconteceu na tarde de ontem, com um preço simplesmente hilariante para um jogo de Liga de Honra, ainda para mais num estádio que não oferecia o mínimo de condições, os vitorianos não deixaram a equipa lutar sozinha e deslocaram-se cerca de 1500 indefectíveis a Santa Maria da Feira. É incrivel o amor das gentes da cidade berço.; 1500 na Feira, 3000 no Pavilhão; massa vitoriana sempre presente.
FOTOS: Pontapé na Lógica
Etiquetas: reportagem
Publicado por Bruno José Ferreira @ 4/08/2007 11:08:00 da manhã,
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