Pavilhão do Vitória Sport Clube

7 de Abril de 2007

Campeonato Nacional da Divisão A1 / Meias-Finais – Jogo 3

Vitória 3 - 0 Benfica

Numa tarde que se adivinhava quente, o ambiente no pavilhão do Vitória foi simplesmente uma coisa de outro mundo. O Templo do voleibol vitoriano esteve a abarrotar, com pessoas em praticamente todos os espaços do mesmo; junto ao bar, na “varanda”, nas escadas..enfim, era vitorianos em todo o lado.

Da parte benfiquista vieram 5 adeptos (a proporção de adeptos para as forças policiais que os resguardaram era de um para um). Num jogo bastante emotivo, a equipa do berço voltou a impor-se com clareza frente ao Benfica. O primeiro set começou com alguns pontos ganhos pelo Benfica e uma ligeira vantagem dos mesmos.

No entanto, os vitorianos, empurrados pela massa adepta, conseguiram equilibrar e passar para a frente. No final do set, o Benfica não descansa e consegue os 24-24. Pontos divididos e o Vitória haveria de ganhar, com grande garra por 28-26. O segundo set, foi melhor jogado por parte da equipa da Cidade-Berço, sempre com alguma vantagem sobre os benfiquistas. No final do set os encarnados quiseram estragar a festa e chegaram mesmo aos 23 pontos, mas a tarde era para o Vitória e o fim do segundo set findava com uns 25-23.

No terceiro e último set, as emoções estavam à flor da pele, com um ambiente infernal, sempre a “puxar” pelos branquinhos, mas o Benfica era quem dava cartas e distanciou-se no marcador. A equipa não desistiu e mais uma vez, com muita força e determinação, conseguem empatar e até passar para a frente. No entanto, os 24-24 foram inevitáveis e começava a saga pela conquista dos dois pontos consecutivos que nos garantissem a final! Ponto para o Vitória ponto para o Benfica, a equipa a não vacilar, os adeptos com as gargantas no limite e eis que o Vitória faz o 27-26 e de seguida o 28-26!!
Era o delírio nas bancadas, era a loucura dentro do recinto, com os jogadores vitorianos a festejarem efusivamente. Todo o pavilhão cantava VITÓRIA, a final estava garantida!

Venham os Tigres, e vamos à caça!

Parciais:
28-26
25-23
28-26

Jogadores do Vitória:
União e coesão foram a chave que abriu as portas do triunfo. Todos se destacaram por si só e todos mereciam ser os homens do jogo. São uns guerreiros, os nossos guerreiros!

Espectáculo estragado:
A tarde foi de glória para os vitorianos, com o Benfica a ficar pelo caminho, no entanto, quando não se sabe perder, fazem-se coisas impensáveis para alguém que supostamente é um “profissional” de voleibol. No final do jogo, quando a festa era feita a preto e branco, os encarnados, num hino ao anti-desportivismo, dirigiram-se ao árbitro para pedir explicações, discutindo esbaforidamente com o mesmo, como se a derrota fosse consequência do trabalho do senhor.

A resposta não se fez esperar e nas bancadas entoou-se com toda a força o “remix” do hino do “Glorioso”..Quem não gostou da brincadeira foi o jogador benfiquista João Dias entre outros, que respondeu para as bancadas com o dedo maior, e outros gestos dignos de um verdadeiro lampião. A partir daqui, interrompeu-se a festa.
Os adeptos não engoliram em seco o acto dos ditos jogadores e foram várias as garrafas de água, e isqueiros que voaram de encontro à equipa encarnada. O mesmo João Dias estava nesta altura fora de si, e como que querendo enfrentar os 3000 vitorianos, arremessou um isqueiro contra os adeptos presentes nas bancadas. Esta foi a gota de água, e os ânimos não voltaram a serenar. A equipa vitoriana pedia calma à massa associativa, e tentava acalmar os ânimos dos meninos de Lisboa. Até Pedro Azenha tentou mostrar que apesar do mau perder do s.l.b., a violência não era o caminho, e abraçou-se a alguns jogadores benfiquistas saindo com ele para os balneários; logo uma forte salva de palmas se ouviu no pavilhão.

O restante plantel benfiquista é que queria realmente marcar a tarde, e continuava com as provocações. Os adeptos não saíam do recinto e queriam a todo o custo tirar explicações com os visitantes. O plantel vitoriano ia, entretanto, festejando e agradecendo às bancadas por todo o apoio e força que lhe deram. Era o fim dos confrontos e os adeptos abandonavam as bancadas, excepto um grupo que se colocava mesmo na entrada para os balneários que queria a todo o custo “conversar” com o treinador dos encarnados; esse queria ficar junto à rede, e dava a ideia que iria passar a Páscoa ali mesmo, até que eventualmente saiu..mais de meia hora depois.
Tudo o que se passou era evitável e desnecessário, mas o Benfica, uma vez que terminava aqui a sua jornada no campeonato, quis marcar o ano pelo outro lado, o da violência; pior para eles.

Próximo jogo:
O derradeiro teste é agora diante do Espinho, a outra equipa que também se apurou para a final. Será um confronto duro, aguerrido e irão estar frente a frente as duas melhores equipas de Portugal, na luta pelo tão desejado título de Campeão Nacional.
É o tudo ou nada; conquistem por nós!

Galeria:

União e força foram as palavras de ordem

O inicio

Incrivel o apoio dos vitorianos na tarde de ontem

A pressão dos adeptos sobre a equipa benfiquista foi preponderante

Viveram-se grande momentos no Pavilhão do Vitória

Foi um jogo bastante disputado, do inicio ao fim

A equipa vitoriana teve força para contrariar os pontos fortes da equipa lisboeta

O grupo vitoriano esteve coeso e seguro de si

Depois dos actos dos seus jogadores, o técnico lisboeta não ousou entrar no balneário até que a bancada estivesse vazia

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