Quando tudo já o fazia prever, o jogo de ontem que opôs o Vitória ao Leixões ficou mesmo marcado por momentos de pura violência, num hino àquilo que os adeptos de Matosinhos nos têm habituado. Um grupo de limitados, perfeitamente identificado como pertencente a uma espécie de claque que por lá paira ( mais os infiltrados), quis transformar o regresso do seu clube aos jogos da primeira liga numa batalha campal e ao intervalo arremessaram vários objectos para o sector do Vitória, tendo mesmo magoado uma tia do defesa vitoriano Sereno, que foi levada posteriormente para o hospital.
A equipa neste momento abandonou o relvado como forma de protesto por tão reprováveis actos.
O ambiente azedava, e o presidente leixonense Carlos Oliveira tomou conta do microfone e dirigiu duras críticas à massa adepta local, tendo mesmo na conferência de imprensa deixado escapar que vai repensar a sua continuidade no clube. Também nesse momento pediu desculpas ao "staff" do Vitória, assim como a todos os adeptos que se deslocaram de Guimarães.
Isto foi o que aconteceu.
Mas o que é que provocou toda esta situação?
Numa notícia anterior, ainda visível na primeira página do VGS, defendi que este jogo não tinha uma única razão válida para se realizar, como que a prever, assim como a maioria dos adeptos vitorianos, aquilo que poderia acontecer com quem acompanhasse a equipa. Infelizmente tinhamos razão.
Se alguma esperança existisse na mudança de atitude por parte dos leixonenes, ela mesmo acabou quando foi divulgado que os apedrejamentos haviam começado e já contavam vítimas.
Uma vergonha.
Ao Estádio do Mar, deslocaram-se sobretudo familias, com crianças, idosos e mulheres, assim como pessoas ligadas ao plantel, e este nunca foi um confronto entre claques.
Foi isso sim, uma vergonha para todos os que dizem homens, mas que no fundo só aparecem quando estão do outro lado da rede, com os bolsos cheios de pedras..ou então escondidos nos viadutos. Esses sim são os homens de Matosinhos!
Mas não dirigo a minha revolta aos energúmenos da lota, destes não esperava outra coisa..fiquei verdadeiramente estupefacto foi com a atitude de Emílio Macedo da Silva.
O seu primeiro erro, antes de tudo, foi marcar um jogo que já se adivinhava de alto risco.
Ao intervalo do mesmo, teve a coragem de mandar a equipa para o balneário e mostrou que existia autoridade e liderança..no entanto, a liderança foi sol de pouca dura, pois cedeu ao pedido de Carlos Oliveira e deixou que o jogo prosseguisse...com o estádio já despido de adeptos vitorianos que tinham saído em forma de protesto. A equipa entrou sob os aplausos da maior parte da massa leixonense e o jogo era retomado.
Os vitorianos viveram uma tarde dificil, mas apesar disso, o presidente não se coibiu de os apunhalar pelas costas ao pactuar com a vergonha vivida nas bancadas.
Sei de um presidente que tinha como principio um altruísmo intocável. Era muito amiguinho de todos, lembram-se? Esse presidente saiu pela porta dos fundos e mergulhou o Vitória numa tragédia sem precedentes.
Emílio esteve bem ao terminar o encontro, mas "borrou a pintura" ao retomar o mesmo. Se não o tivesse feito, não estaria a desrespeitar o Leixões, nem os seus adeptos, nem o seu presidente. Estaria sim a salvaguardar uma posição de companheirismo com os sócios que o elegeram, e isso deveria ser uma prioridade para o chefe vitoriano.Ficámos assim à espera de uma declaração do "Milo" aos sócios, para explicar as razões pelas quais acordou a realização deste jogo, as razões pelas quais deixou que o mesmo chegasse ao fim e o mais importante, para pedir desculpa aos sócios:
não pelas agressões de que foram alvo, mas pelo desrespeito que o próprio teve para com eles!
Chega de amizades inúteis!